quarta-feira, 10 de julho de 2013

VALE A PENA ASSISTIR E ENTENDER MELHOR A REVOLUÇÃO!!!

HERÓIS NÃO MORREM, SÃO ETERNOS!!!



A Revolução Constitucionalista de 1932, em Cunha


         O presente texto tem como objetivo relatar sucintamente os momentos que procederam a Revolução Constitucionalista de 1932, em Cunha. Há, também, nestes relatos, depoimentos de pessoas que vivenciaram os primeiros combates entre as forças legalistas e constitucionalista em solo cunhense.

         Por outro lado, através de pesquisas em livros específicos sobre a Revolução Constitucionalista, em Cunha, tenta-se mostrar a estratégia dos combates, os batalhões que formaram as tropas envolvidas nesse conflito cruento, bem como a estrutura que se pôde observar da defesa das forças constitucionalistas em Cunha.

         Constam, também, neste texto, o episódio relacionado à morte de Paulo Virgínio – mártir e herói cunhense -,ocorrida durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

         No que tange à literatura oral, há registros de trovas populares que traduzem não só o próprio movimento revolucionário em Cunha, como o desenrolar dos acontecimentos que culminaram no martírio e morte de Paulo Virgínio.  

         Origens:

         A Revolução de 1930 caracterizou-se por um movimento social, com apoio militar, que destituiu o Presidente Washington Luís e impediu a posse do então Presidente eleito, Sr. Júlio Prestes. Assumiu o governo o Sr. Getúlio Vargas, que suspendeu a Constituição de 1891.

         O tempo passava, e o Presidente provisório não promulgava a nova Constituição Brasileira.

         O Estado de São Paulo foi o melhor que canalizou e organizou a agitação popular em torno da causa da constituição.

         O plano original, que previa a ofensiva sobre o Distrito Federal para depor o Presidente da República, teve de ser alterado para a defesa das fronteiras paulistas, uma vez que não houve a prometida adesão do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

        

O INÍCIO DAS FORÇAS LEGALISTAS EM CUNHA

 

1 – 12/07/1932

         Batalhão da Marinha chega a Paraty à noite. (Scout “Rio Grande do Sul”). Deslocam-se em seguida para a serra de Paraty e se estabelece no Taboão – comando do capitão – tenente Augusto A. Peixoto.  

2 – 13/07/1932

         O Delegado de Cunha mais dois acompanhantes vão de carro à serra de Paraty averiguar a presença de soldados legalistas e são presos. Informam que Cunha está desguarnecida.

         Na mesma noite um oficial e mais oito homens seguem para Cunha para destruir a linha telefônica e elementos de comunicação. Era a patrulha de reconhecimento.

         Nessa noite a patrulha de reconhecimento entre o “Morro do Apertado” e o atual “Filtro” atiram em Benedito Firmino – estafeta que fazia a correspondência de correio entre Cunha e Paraty. Ferido, ainda atira no escuro e acerta dois soldados da Marinha. Amedrontados com os tiros a esmo da população, retrocedem nessa noite, temendo ser força paulista.

         Verificando que não havia mesmo força paulista, os oito fuzileiros e o oficial, ainda no carro que tomaram do delegado, chegam à cidade na noite do dia 14/07. Nessa noite prendem o prefeito – Antonio Carlos Freire – e Sr. Juiz – Dr. Pedro Martha, soltam os presos e danificam o telefone, antes, porém, o juiz tentou se comunicar pelo telefone com a delegacia; no entanto, o telefone estava avariado, porém, Guaratinguetá já havia sido avisada da presença de tropas ditoriais no Taboão, em Cunha, por um motorista de caminhão leiteiro, que às pressas fora avisar Guaratinguetá – e que fazia a linha de leiteiro nesse percurso.   

         Coincidentemente, por sorte de Cunha, na mesma noite em que chegou a patrulha de marinheiros – que prendeu as autoridades – surge um caminhão com voluntários de Guaratinguetá, dando tiros a esmo e amedrontando os soldados.

         Nesse momento, Dr. Pedro Martha grita aos rapazes: “ – Atirem! Estou preso! São soldados do Getúlio!

         José Limonge – um dos rapazes – simula voz de comando e diz aos companheiros : Tragam a metralhadora! Arraste para cá! E todos deitados no caminhão, davam muitos tiros.

         Confusão total. Os fuzileiros tomam posição e há grande tiroteio. E finalmente retiraram-se, destruindo telefone e permanecendo dois soldados presos.

         Na mesma noite, instalam um outro telefone no muro do Cemitério e conseguiram falar com o delegado de Guaratinguetá – Dr. Venâncio Ayres; e no dia seguinte – 15/07, chegaram as forças de apoio.

 

FECHO EM CUNHA

 

1-    Tenente Assis Brasil e Tenente Zerbini – 100 homens viriam de Ubatuba para atacar Divino Mestre pela retaguarda.

2-    Tenente Lacorte com 200 homens – 4º. BC, Batalhão Arquidiocesano viria de Lagoinha para atacar Usina pela retaguarda – 54 km.

3-    De Campos de Cunha ( 32 km ) Tenente Meireles, 4º BC da Força Pública com 250 homens atacariam os francos direitos pela retaguarda, junto com tropas policiais estaduais e voluntários legalistas.

4-    100 homens protegiam flanco direito.

5-    900 homens era a guarnição de Cunha.

6-    Canhão 75 mm.

7-    O objetivo era o Divino Mestre.

8-    Todas as tropas legalistas afastaram-se para o Taboão, Paraty, etc.

9-    26 de agosto, muda-se o comando – capitão Nelson de Mello pelo Capitão tenente Augusto do Amaral Peixoto, que reestuda o terreno e reorganiza os efetivos.

 

 

ESTRUTURA DAS DEFESAS CUNHENSES

 

Reduto ( Início do grande morro ) : Tenente Abílio Cunha Pinto e Tenente Wladimir Bouças.

         Usina: Tenente Meirelles e Tenente Jorge Aguiar.

         Comando Geral : Coronel Mário da Veiga Abreu – Guaratinguetá.

         Comando em Cunha : Major Virgílio Ribeiro dos Santos da F. Pública.

 

PAULO VIRGÍNIO

 

Paulo Gonçalves dos Santos – 26/09/1897

Viúva : Juventina Maria de Jesus

Pai : Virgínio Gonçalves dos Santos

Mãe : Maria José de Jesus

Filhos : José, Virgílio, Júlia e Clotilde ( morta na revolução )

Prisão : 4:00 da tarde de 27/07

Morte : 28/07/1932 da manhã

                   Autores :      Tenente Juvenal Bezerra Monteiro

                                      Sargentos : Roque Eugênio de Oliveira.

                                       Ascendino Paiva e Fuzileiro Raimundo Jerônimo.
 
.....continua