O Capitão Manoel de Freitas Novaes
Neto, Capitão Neco, nasceu
na cidade de Cruzeiro,
a 15 de Novembro de 1892. De tradicional família cruzeirense, era filho do
Coronel Francisco de Paula Novaes e de Dona Anna Romeu e neto do Major Novaes,
fundador da cidade. Passou sua infância e adolescência na Fazenda Boa Vista em Cruzeiro.
Formou-se pela escola militar em 1915, tendo servido nas guarnições de Lorena, Barbacena, Realengo, Piquete, Curitiba, Caçapava e outras. Engenheiro militar com curso
de aperfeiçoamento de Oficiais e de química aplicada a guerra, e ao eclodir a
Revolução Constitucionalista, era o Comandante da 2ª Cia do 5º BI de Lorena.
Assumiu o controle da Frente Norte da Revolução, que ia do Túnel da mantiqueira até Vila Queimada. Valente, destemido
e profundamente admirado pela sua dedicação à causa que abraçara, conseguiu,
certa vez, comandando pouco mais de cem homens, fez recuar as forças federais
que seguiam para Cruzeiro com número bem superior de soldados. Entretanto,
a cinco de Agosto de 1932, tendo os soldados paulistas embarcado
para Queluz,
travou-se acirrado combate que ocasionou o recuo das tropas federais.
Satisfeito, e prevendo futuros ataques, decidiu então Capitão Neco, fazer um
reconhecimento da região, acompanhado de pequena patrulha. Adiantando-se de
seus soldados, o mesmo foi surpreendido por uma ordem que dizia: "
Renda-se paulista ", ao que respondeu: "Um paulista morre mas não se
rende ". Atingido pelo tiroteio, tombou o homem que, para seus soldados,
era um exemplo de bondade e coragem. Em Cruzeiro,
a notícia consternou a todos. Horas mais tarde morria ele na Santa Casa. O
triste acontecimento foi amplamente divulgado pelos jornais da capital. O
"Diário
Popular" declarou: " O movimento constitucionalista acaba
de perder, com a morte do Capitão Manoel de Freitas Novaes, um dos seus mais
ardorosos defensores e um dos mais vigorosos esteios da vitória(… ) Inteligente
e perspicaz, herdeiro legítimo das tradições de uma família bandeirante,
paulista de velha têmpera, empregava o melhor de suas energias para que a
pátria se visse logo liberta dos terríveis grilhões da ditadura e da tirania(…
)" Capitão Neco foi sepultado no cemitério particular da Fazenda Boa Vista
e, a 5 de Julho de 1962, teve seus restos mortais transladados para o Mausoléu
32, no obelisco do Parque Ibirapuera, onde se lê."
Viveram pouco para morrer bem. Morreram jovens para viver sempre".Por
sua coragem e determinação, foi homenageado com um logradouro no bairro de Santana, Zona
norte da Capital
Paulista. E assim foi criada a Rua
Capitão Manuel Novaes.
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